Histórias e Artigos da Comunicação Social

18 Mar 1974 - Diário Popular, "Aulas de Medicina - No antigo edifício da Faculdade ao Campo de Santana"

5 Ago 2016 - José António Esperança Pina Professor Catedrático Jubilado da N.M.S./F.C.M.- Ex.Reitor da U.N.L

11 Dez 2024 - "O Peri 25 de Abril de 1974. Narrativa de quem o viveu apaixonadamente aos 17 anos.", Maria Antónia Frasquilho

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Fado do estudante

Que negra sina, ver-me assim
Que sorte vil e degradante
Ai que saudade eu sinto em mim
Do meu viver de estudante

Nesse fugaz tempo de amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador
Das raparigas

De capa ao ar, cabeça ao léu
Só para amar vivia eu
Sem me ralar
E tudo o mais eram cantigas

Nenhuma delas me prendeu
Deixá-las eu era canja
Até ao dia em que apareceu
Essa traidora da franja

Sempre a tenir, sem um tostão
Batina a abrir, por um rasgão
Botas a rir
Um bengalão e ar descarado

A vadiar com outros mais
E a dançar nos arraiais
P'ra namorar, beber, folgar
Cantar o fado

Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa de anatomia

Invoco em mim
Recordações que não têm fim
Dessas lições frente ao jardim
No velho campo de Santana

Aulas que eu dava
E se estudasse ainda estava
Nessa classe a que eu faltava
Sete dias por semana

O fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Pois chega a ser bonito até
Na rádio telefonia

Quando é tocado com calor
Bem afinado com fugor
É belo o fado
Ninguém há quem lhe resista

É a canção mais popular
Tem emoção faz-nos vibrar
E eis a razão
De eu ser Doutor e ser fadista

Lararai lararai lararaia

É a canção mais popular
Tem emoção faz-nos vibrar
E eis a razão

De eu ser Doutor e ser fadista

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